segunda-feira, 12 de julho de 2010

Robô submarino Luso funciona sem problemas depois de resgatado

Outra coisa velhinha...

Os sistemas do veículo submarino Luso encontram-se a funcionar sem problemas, disse hoje [7 de Julho] Manuel Pinto de Abreu, o responsável pela Estrutura de Missão e Extensão da Plataforma Continental (EMEPC), que comprou este aparelho não tripulado. Se, no final de todas as verificações, se confirmar que não existem anomalias, o veículo irá mergulhar numa estrutura geológica em forma de ovo estrelado, a sul dos Açores.
Desde ontem que estão em curso várias verificações de segurança, depois de o veículo ter sido recuperado do fundo do mar ao largo das ilhas Selvagens, onde se afundou a 23 de Junho, ao ter-se separado do cabo que o ligava ao navio “Almirante Gago Coutinho” .
“Foi todo desmontado e espera-se levar mais dois dias até fazer as verificações todas", diz Pinto de Abreu.
O que esteve na origem da separação do cabo é que continua a ser um mistério: “Estamos a investigar. Houve a acção de um elemento exterior sobre o ROV [sigla inglesa de veículo operado remotamente]. Não sabemos o que pode ter sido.”
Se os procedimentos de segurança acabarem por não revelar de facto quaisquer problemas, na sexta-feira o Luso deverá seguir a bordo do “Almirante Gago Coutinho”, que já chegou ao Funchal, para a missão que estava programada nesta altura do ano.
Irá mergulhar até a uma estrutura geológica a dois mil metros de profundidade, e cerca de 150 quilómetros a sul dos Açores: com o formato de um ovo estrelado (na imagem em tom de azul, à esquerda). A origem desta formação tem intrigado os cientistas.
A sua forma, relativamente circular, tem seis quilómetros de diâmetro e no centro apresenta uma elevação, como se fosse uma gema de ovo, com três quilómetros de diâmetro.
A estrutura foi descoberta no ano passado, quando as equipas da EMEPC olharam para os dados sobre a morfologia do fundo do mar, recolhidos através de uma sonda com múltiplos feixes sonoros que permite construir mapas de grande resolução do revelo. Detectaram o Ovo Estrelado, como lhe chamaram, e logo foram sendo lançadas hipóteses sobre a sua origem.
Será que é a cratera de impacto de um meteorito? Será que é um vulcão de lama, formações que, em vez de lava, expelem sedimentos finos carregados de metano, como as que existem no golfo de Cádis, ou com outra fonte energética?
A ideia é que o Luso mergulhe aí pela primeira vez, e ajude a desvendar a natureza do Ovo Estrelado. Teresa Firmino

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