quarta-feira, 21 de julho de 2010

Reportagem nas ilhas selvagens

As ilhas Selvagens e as aves marinhas que nidificam lá, as cagarras, têm uma história fabulosa. Amanhã essa história, que se cruza com a de uma grande expedição científica em Junho para inventariar a biodiversidade marinha, pode ser lida no "Público" em forma de reportagem (na foto, a Selvagem Grande).
Aqui neste endereço: http://ecosfera.publico.pt/biodiversidade/Details/selvagem-grande-a-ilha-das-cagarras_1448269

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Robô submarino Luso funciona sem problemas depois de resgatado

Outra coisa velhinha...

Os sistemas do veículo submarino Luso encontram-se a funcionar sem problemas, disse hoje [7 de Julho] Manuel Pinto de Abreu, o responsável pela Estrutura de Missão e Extensão da Plataforma Continental (EMEPC), que comprou este aparelho não tripulado. Se, no final de todas as verificações, se confirmar que não existem anomalias, o veículo irá mergulhar numa estrutura geológica em forma de ovo estrelado, a sul dos Açores.
Desde ontem que estão em curso várias verificações de segurança, depois de o veículo ter sido recuperado do fundo do mar ao largo das ilhas Selvagens, onde se afundou a 23 de Junho, ao ter-se separado do cabo que o ligava ao navio “Almirante Gago Coutinho” .
“Foi todo desmontado e espera-se levar mais dois dias até fazer as verificações todas", diz Pinto de Abreu.
O que esteve na origem da separação do cabo é que continua a ser um mistério: “Estamos a investigar. Houve a acção de um elemento exterior sobre o ROV [sigla inglesa de veículo operado remotamente]. Não sabemos o que pode ter sido.”
Se os procedimentos de segurança acabarem por não revelar de facto quaisquer problemas, na sexta-feira o Luso deverá seguir a bordo do “Almirante Gago Coutinho”, que já chegou ao Funchal, para a missão que estava programada nesta altura do ano.
Irá mergulhar até a uma estrutura geológica a dois mil metros de profundidade, e cerca de 150 quilómetros a sul dos Açores: com o formato de um ovo estrelado (na imagem em tom de azul, à esquerda). A origem desta formação tem intrigado os cientistas.
A sua forma, relativamente circular, tem seis quilómetros de diâmetro e no centro apresenta uma elevação, como se fosse uma gema de ovo, com três quilómetros de diâmetro.
A estrutura foi descoberta no ano passado, quando as equipas da EMEPC olharam para os dados sobre a morfologia do fundo do mar, recolhidos através de uma sonda com múltiplos feixes sonoros que permite construir mapas de grande resolução do revelo. Detectaram o Ovo Estrelado, como lhe chamaram, e logo foram sendo lançadas hipóteses sobre a sua origem.
Será que é a cratera de impacto de um meteorito? Será que é um vulcão de lama, formações que, em vez de lava, expelem sedimentos finos carregados de metano, como as que existem no golfo de Cádis, ou com outra fonte energética?
A ideia é que o Luso mergulhe aí pela primeira vez, e ajude a desvendar a natureza do Ovo Estrelado. Teresa Firmino

Expedição para inventariar a biodiversidade marinha das ilhas Selvagens

Coisas já um pouco velhinhas, publicadas no "Público":

Chega hoje [10 de Junho] às ilhas Selvagens a maior expedição oceanográfica em Portugal, com a participação de três navios e cerca de 70 investigadores portugueses e estrangeiros. Nos próximos 20 dias, vai ser feito o levantamento exaustivo da vida marinha das ilhas Selvagens, pertencentes ao arquipélago da Madeira.
Levada a cabo pela Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC), grupo técnico-científico do Ministério da Defesa Nacional, a expedição irá centrar-se em três vertentes: mar, linha de costa e terra, pelo que o objectivo é inventariar a fauna, a flora e os habitats marinhos entre os dois mil metros de profundidade e os 100 metros acima do nível do mar, a altitude a que se eleva a Selvagem Grande.
Para tal, a missão conta com os navios “Almirante Gago Coutinho”, “Creoula” e “Vera Cruz”, que é uma réplica das famosas caravelas utilizadas pelos portugueses nos Descobrimentos. Participa ainda o robô submarino “Luso”, operado à distância do navio “Almirante Gago Coutinho”, através de um cabo, e com capacidade para mergulhar até aos seis mil metros de profundidade.
“As ilhas Selvagens são muito conhecidas e estudadas a nível terrestre, mas a sua parte marinha ainda é desconhecida”, sublinhou o director do Parque Natural da Madeira, Paulo Oliveira, à agência Lusa. Para o secretário regional do Ambiente da Madeira, Manuel António Correia, também citado pela Lusa, esta expedição poderá servir para consolidar a candidatura das ilhas Selvagens a património mundial da UNESCO. O processo foi retirado pelo Governo madeirense, refere ainda a Lusa, porque a UNESCO fez saber que faltava informação detalhada correspondente à biodiversidade marinha.
A reformulação do processo está em curso e a expedição, para o secretário regional do Ambiente, veio em boa altura: “Será certamente um instrumento que o Governo regional da Madeira utilizará para repor a candidatura e, a curto prazo, poderemos ter o segundo espaço de património mundial natural, em Portugal, localizado na Madeira.”
A expedição marca ainda o arranque do programa Professores a Bordo, da EMEPC, e que é inédito em Portugal: embarcadas no “Creoula”, duas professoras de biologia e de geologia do ensino secundário e outras duas destacadas nos centros Ciência Viva de Estremoz e Lagos vão participar na ciência que se faz numa campanha oceanográfica, tal como um cientista, para depois transmitir tudo aos alunos. Sem esquecer os enjoos, o trabalho por turnos e a experiência da vida a bordo. Teresa Firmino