segunda-feira, 12 de julho de 2010

Expedição para inventariar a biodiversidade marinha das ilhas Selvagens

Coisas já um pouco velhinhas, publicadas no "Público":

Chega hoje [10 de Junho] às ilhas Selvagens a maior expedição oceanográfica em Portugal, com a participação de três navios e cerca de 70 investigadores portugueses e estrangeiros. Nos próximos 20 dias, vai ser feito o levantamento exaustivo da vida marinha das ilhas Selvagens, pertencentes ao arquipélago da Madeira.
Levada a cabo pela Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC), grupo técnico-científico do Ministério da Defesa Nacional, a expedição irá centrar-se em três vertentes: mar, linha de costa e terra, pelo que o objectivo é inventariar a fauna, a flora e os habitats marinhos entre os dois mil metros de profundidade e os 100 metros acima do nível do mar, a altitude a que se eleva a Selvagem Grande.
Para tal, a missão conta com os navios “Almirante Gago Coutinho”, “Creoula” e “Vera Cruz”, que é uma réplica das famosas caravelas utilizadas pelos portugueses nos Descobrimentos. Participa ainda o robô submarino “Luso”, operado à distância do navio “Almirante Gago Coutinho”, através de um cabo, e com capacidade para mergulhar até aos seis mil metros de profundidade.
“As ilhas Selvagens são muito conhecidas e estudadas a nível terrestre, mas a sua parte marinha ainda é desconhecida”, sublinhou o director do Parque Natural da Madeira, Paulo Oliveira, à agência Lusa. Para o secretário regional do Ambiente da Madeira, Manuel António Correia, também citado pela Lusa, esta expedição poderá servir para consolidar a candidatura das ilhas Selvagens a património mundial da UNESCO. O processo foi retirado pelo Governo madeirense, refere ainda a Lusa, porque a UNESCO fez saber que faltava informação detalhada correspondente à biodiversidade marinha.
A reformulação do processo está em curso e a expedição, para o secretário regional do Ambiente, veio em boa altura: “Será certamente um instrumento que o Governo regional da Madeira utilizará para repor a candidatura e, a curto prazo, poderemos ter o segundo espaço de património mundial natural, em Portugal, localizado na Madeira.”
A expedição marca ainda o arranque do programa Professores a Bordo, da EMEPC, e que é inédito em Portugal: embarcadas no “Creoula”, duas professoras de biologia e de geologia do ensino secundário e outras duas destacadas nos centros Ciência Viva de Estremoz e Lagos vão participar na ciência que se faz numa campanha oceanográfica, tal como um cientista, para depois transmitir tudo aos alunos. Sem esquecer os enjoos, o trabalho por turnos e a experiência da vida a bordo. Teresa Firmino

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