sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O último português na Antárctida



Aviso à navegação: este blogue vai transformar-se num espaço de divulgação do mar em sentido lato (e não apenas para acompanhar uma missão oceanográfica ao mar dos Açores), pelo que em breve terá algumas modificações.
Começando já a pôr em prática este objectivo: pode ler-se esta sexta-feira, na edição em papel do "Público" (no P2), um artigo sobre a aventura do último português na Antárctida.
O biólogo José Xavier, acabado de regressar à Europa, conta como foi viver na ilha de Bird e como é que as alterações climáticas na região estão a afectar a vida marinha, pinguins e albatrozes incluídos. Esteve nestas andanças, longe de tudo, nove meses. E as fotos que tem para mostrar são lindas. Nesta, apetece mesmo fazer a legenda: onde é que está o pinguim?

domingo, 15 de novembro de 2009

O robô submarino Luso vai estar perto de si

A notícia publicada na edição de papel do "Público", de sábado, numa versão mais longa:

Costuma estar longe dos olhares do público, ora no mar, a bordo de um navio, ora na sede da Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC), em Paço de Arcos, perto de Lisboa. Nos próximos dias, no entanto, o robô submarino Luso pode estar bem perto de si: é a estrela de um evento destinado ao público, no novo cais da sardinha do porto de Peniche.
Quem quiser ir até lá, entre sábado, domingo e segunda-feira (que é o Dia Nacional do Mar), a partir das 10h da manhã, pode acompanhar a equipa de pilotos do Luso e ver todas as suas operações, desde o lançamento à água a partir do cais, o mergulho naquela zona e a recuperação. Poderá ainda observar-se em tempo real as imagens que vão sendo captadas do fundo do mar pelo robô, ver filmes do oceano profundo na zona dos Açores ou utilizar um simulador de voo para conhecer os fundos oceânicos portugueses.
Neste evento de demonstração do Luso, comprado por Portugal em 2008 e que desce aos 6000 metros de profundidade, o público poderá ainda manipular um veículo operado remotamente (ROV) em miniatura, o Lusito, que mergulha até aos 70 metros. Haverá ainda tendas onde os visitantes poderão ficar a saber mais sobre o projecto de extensão da plataforma continental, que permitirá a Portugal reclamar jurisdição sobre o fundo do mar para lá das 200 milhas náuticas, e em que o Luso está a ser utilizado pela EMEPC. Ou sobre o Kit do Mar, projecto educativo destinado a sensibilizar os alunos do 2º e 3º ciclos para as ciências do mar.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Professores, bem-vindos a bordo



Helena Matias foi a primeira Professora a Bordo. Foi parar a este programa, lançado pela Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC), por mero acaso. Aos 35 anos, esta professora de geologia e biologia na Escola Básica e Secundária de Carcavelos assistiu a uma reunião de divulgação sobre o programa Kit do Mar e lá encontrou a geóloga Raquel Costa, da EMEPC, que lhe falou do novo programa Professores a Bordo.
Pouco tempo depois, era o início de uma aventura, que a levou a bordo do navio “Almirante Gago Coutinho”: de 5 a 19 de Outubro, pôde conviver diariamente com cientistas durante uma campanha oceanográfica da EMEPC e do robô Luso ao mar dos Açores e viver tudo o que se passava a bordo, enjoos incluídos.
Tal como o Kit do Mar – que começou no concelho de Cascais e está a alargar-se a todo o país, destinado a alunos do 2º e 3º ciclos –, a ideia é sensibilizar os mais novos para as ciências e assuntos do mar. No caso do Kit (lançado pela agência municipal Cascais Atlântico, a Estrutura de Missão para os Assuntos do Mar e a EMEPC), as escolas recebem um manual de professor para a Área de Projecto, fichas temáticas, brochuras informativas, um guia do litoral e um roteiro do mar.
Com o programa Professores a Bordo, iniciativa da EMEPC, o objectivo é pôr um professor a ver a ciência tal e qual se faz num navio e transmitir tudo isso aos alunos, contribuindo para o tão propalado regresso de Portugal ao mar.
Era a primeira vez de Helena Matias estava embarcada e, diga-se, suportou bem os enjoos, com a ajuda dos benditos comprimidos. Era vê-la grande parte do tempo sentada em frente ao computador portátil a actualizar o blogue que criou de propósito para acompanhar a missão (http://expedicaoacores.wordpress.com/). Os seus alunos e colegas professores podiam ir sabendo o que se passava a bordo. Não faltaram imagens da vida a bordo. “Eles podem perceber como funciona a ciência num navio de investigação”, dizia.
Também pôs as mãos na massa, por assim dizer, ajudando no trabalho científico. Era vê-la então de capacete e colete salva-vidas no convés, de roda do robô submarino, quando chegava do fundo do mar. Helena Matias ajudava a retirar as amostras de águas recolhidas, por exemplo.
A partir desta vivência no terreno, vão agora ser criados planos de aulas. Os alunos poderão também trabalhar algumas das amostras apanhadas na missão, como rochas, que Helena Matias trouxe consigo. E, já este mês, ela vai contar a sua experiência no Museu do Mar, em Cascais: será nos dias 16 (às 10h) e 18 (às 14h).
O fim da campanha oceanográfica significou o ponto final no blogue da professora. Para o ano, a experiência repete-se? Sim, responde Raquel Costa, coordenadora do programa Professores a Bordo. Em vez ser por convite, como este ano, haverá um concurso destinado preferencialmente aos professores do ensino secundário.